sábado, 28 de novembro de 2015

Trajetórias dos nossos trabalhos...Eis que surge outra possibilidade de estudo da cultura Guarani-Mbyá

Os Guarani Mbyá

O livro Os Guarani Mbyá foi lançado no dia 17 de agosto (segunda-feira), às 19h, no Museu da UFRGS. O lançamento inaugurarou a exposição homônima, que contém imagens da obra. A mostra estará aberta a visitação do dia 18 de agosto até o dia 27 de setembro.
A produção das fotografias surgiu a partir da relação de Vherá Poty, fotógrafo Mbyá e cacique da aldeia de Itapuã, e de Danilo Christidis, fotógrafo e professor. Durante 7 anos, a dupla visitou 15 aldeias no Rio Grande do Sul onde vivem comunidades guaranis.
Lançamento do Livro “Os Guarani Mbyá”, por Danilo Christidis.
O povo Guarani, provavelmente de origem amazônica de há mais de 3.000 anos, representa uma das maiores populações indígenas no Brasil, com cerca de 60.000 pessoas[1]. Aproximadamente 3.000 vivem no Rio Grande do Sul, distribuídos em cerca de 80 aldeias[2]. Destas, 15 foram visitadas pelo fotógrafo Mbya e Cacique da Aldeia de Itapuã, Vherá Poty, e o fotógrafo e professor, Danio Christidis, durante o período de 7 anos.
Em 2008, Danilo Christidis começou a visitar Vherá Poty em sua aldeia a fim de ensiná-lo a fotografar. Christidis que além de fotógrafo, tem uma escola de fotografia, a Fluxo, teve em Poty seu primeiro aluno. Não demorou muito para que os papeis se invertessem. Poty se mostrou um fotógrafo muito talentoso e então passou a ensinar Danilo a como perceber sua comunidade, sua cultura, costumes e formas de pensar e agir no mundo. Certa vez ele disse a Danilo: “Vamos te receber como uma criança, que precisa ser ensinada a perceber o mundo como nós percebemos. Existem muitas coisas invisíveis pra ti, aos poucos elas se tornarão visíveis”.
Assim iniciaram uma jornada fotográfica que agora origina um livro de fotografias que foi lançado no dia 17 de agosto, no Museu da UFRGS, com uma grande exposição das imagens do livro.
O território guarani se estende no Brasil pelos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo e Mato Grosso do Sul. As áreas de vida e circulação deste coletivo indígena abrangem as florestas subtropicais, onde aprenderam a conviver em íntima comunhão com as matas que os alimentam e os justificam. Esta fantástica sócio-diversidade infelizmente é pouco conhecida dos brasileiros, sendo por isso pouco respeitada e valorizada. São distintas da sociedade envolvente, sua língua, forma de organização social, relação com a natureza e religiosidade; arte, educação, medicina e saúde, modos produtivos e manejo de recursos naturais; formas de culinária, gestação e parto, compreensão da infância, da velhice, do nascimento e da morte.
Este coletivo, ao longo do tempo, criou um patrimônio característico, assentando a base material de sua produção simbólica em uma perfeita adaptação e convivência com o ecossistema. A importância das matas como fonte para a vida guarani-mbyá se reflete em todos os aspectos do “seu modo de ser”. O livro pretende tornar visível a alegria e a luta deste belo povo indígena.
[1] Censo IBGE de 2010.
[2] Atlas das Terras Guarani no Sul e Sudeste do Brasil/2015, elaborado pelo Centro de Trabalho Indigenista, organização não-governamental que atua diretamente com os povos indígenas.
Disponível em:<http://www.ufrgs.br/museu/exposicoes/anteriores/2015/copy_of_os-guarani-mbya>  Acesso em 29/11/2015
Lançamento do Livro de fotografias, no dia 17 de agosto, no Museu da UFRGS


Nenhum comentário:

Postar um comentário